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Simpósio temático 06

Eixo 3: Arqueologias e multiambientes no Nordeste

​

Tecnologia lítica para que? Os rumos dos estudos líticos no Nordeste do Brasil

  

Luiz Carlos Medeiros da Rocha

Professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco

luiz.cmrocha@ufpe.br

 

Juliana de Resende Machado

Pós-doutoranda do Laboratoire Technologie et Ethnologie des Mondes Préhistoriques (UMR8068)

ju.drmachado@hotmail.com

 

 Resumo

Os materiais líticos se configuram como uma das principais categorias de vestígios arqueológicos, responsáveis pela caracterização de populações pré-coloniais e de pós-contato com os europeus. Inicialmente entendidos de forma isolada e geralmente a partir de perspectivas tipológicas, essas evidências ganharam maior destaque e ampliação interpretativa com a introdução do conceito de cadeia operatória e a aplicação da análise tecnológica.

Reorganizar e descrever o encadeamento das ações de produção de um objeto lítico é somente uma das etapas do estudo. Ao reanimar as ações de produção busca-se dados que nos permita dissertar sobre as atividades econômicas, gestuais, as interações sociais, as particularidades culturais dos grupos humanos que  produziram e utilizaram objetos líticos.

Essas temáticas foram se construindo a medida em que o próprio método de estudo evoluia e pode-se considerar que elas marcaram épocas de debates intensos e produtivos. Num primeiro momento, buscou-se entender o comportamento técnico dos grupos e o quanto suas escolhas estavam ligadas a tradições culturais ou a pressões  exteriores. Em seguida, os trabalhos se interessaram pelas relações que os grupos humanos mantinham com o meio ambiente na aquisição de matéria-prima e nas estratégias de aprovisionamento. Ainda numa perspectiva econômica, as interações estabelecidas entre os grupos por meio dos objetos líticos também foram muito debatidas. Mais recentemente, busca-se compreender a própria atividade de lascamento, explorando os níveis de experiência individuais.

A notável multiplicação de trabalhos arqueológicos no Brasil, graças a arqueologia preventiva e ao aumento dos cursos de graduação e pós-graduação nos últimos anos nos impulsionou a propor este simpósio com o objetivo de obter um panorama atual das principais temáticas tratadas pelos trabalhos que adotam a análise tecnológica como método. Ao mesmo tempo, promover a divulgação, o diálogo e a construção de uma rede colaborativa de trocas de informações entre profissionais de diferentes instituições e que dedicam suas pesquisas aos mais diversos contextos arqueológicos do Nordeste.

Pelas grandes influências externas que a arqueologia do Nordeste sempre teve ao longo da história da arqueologia brasileira, se faz necessário essa busca de um panorama das temáticas e abordagens que vêm sendo aplicadas e desenvolvidas sobre os materiais líticos atualmente.

Espera-se contribuições que se apoiem ao máximo no estudo de coleções, independente do contexto cronológico ou regional, ou sínteses regionais que primem pelo detalhamento das cadeias operatórias. Ademais, convidamos os autores a uma reflexão sobre suas contribuições para o avanço dessas temáticas – econômica, social, cultural, cognitiva, etc – para além da reconstituição da cadeia operatória.  Assim, buscaremos vias metodológicas de continuidade das pesquisas nas linhas temáticas de maior destaque.

 

Palavras-chave: materiais líticos; tecnologia lítica; cadeia operatória; linhas de pesquisa

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